Postagens populares

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Por que nos sentimos vazio?

Bom, esse pensamento de estar vazio por dentro, de não encontrar a felicidade, de desejar aquilo e não ter faz parte da vida de nós seres humanos desde sempre.

O problema só se torna mais vivido hoje em dia, por que as pessoas passam boa parte da vida tendando ser um melhor do que o outro. O avança da tecnologia vem facilitando e aumentando esse sentimento nas pessoas, porque ”se tal pessoa pode comprar um carro, por que eu não posso também?” ”se ele conseguiu juntar dinheiro, eu também posso.” Ou então: ”Se ele pode pagar esse colégio caro, essa roupas de marca, esse curso para o filho dele, porque eu não posso também?”

Isso se torna um ciclo vicioso, onde um tenta ser melhor do que outro, e quando acha que consegue acaba aparecendo alguém melhor do que você, que você tenta passar por ”cima” também. Poxa, tentando olhar de fora dessa vida e parando pra pensar um pouquinho, isso parece um ”inferno”, imagina só, viver só em função disso.

O pior de tudo é que tudo que criamos de mais tecnológico só vem piorando essa sede de ter as coisas das pessoas, porque quanto mais a gente cria, mais a gente quer.

Essa é a razão da existência desse sentimento de vazio dentro de nós, porque existem aqueles que conseguem ser melhor do que os outros e não tem mais o que fazer, e tem aqueles que não conseguem e se tornam frustadas porque não conseguiram.

Graças a ”Deus” EXISTEM exeções nesse mundo. São aquelas pessoas que eu nem preciso dizer quem são, porque dentro da gente sabemos que são diferentes. Sabe, aqueles que nós consideramos excêntricos? Aqueles que não seguem a vida no rumo que nós consideramos normal, ou não se comportam da forma que nós consideramos certa? Então, eles são a salvação para o mundo se tornar um lugar muito melhor para se viver.

Se você tenta se enquadrar no mundo de hoje, esqueça! Apenas tente ensinar as pessoas a não quererem ser iguais, mas claro sempre respeitando quem não quer, pois ser diferente e prejudicar as pessoas não é fazer parte do meio que vai melhor o mundo.

Que vazio é esse afinal??? E o que fazer com ele???
Na dúvida, acabamos achando que esse buraco é sinal de algum defeito, e que devemos preenchê-lo o mais rapidamente possível. Perceba quantas “besteiras” acabamos fazendo na tentativa de preencher esse espaço que tanto nos assusta.

Nos envolvemos em relacionamentos com pessoas com as quais não temos nenhuma afinidade, estouramos nosso cartão de crédito, compramos todo tipo de coisas das quais não precisamos, comemos mais do que necessitamos, bebemos mais do que seria saudável, aceitamos ir a lugares aos quais na verdade não gostaríamos de ir, convivemos com pessoas que sugam toda a nossa energia, andamos para lá e para cá como baratas tontas, tudo com a intenção de preencher o vazio.

E mais... traímos a nossa verdade, nos sentimos “defeituosos” (pessoas perfeitas não teriam um buraco lá dentro!), sentimos vergonha de nós mesmos, criamos falsas máscaras para fingir que não somos ocos, fugimos desesperadamente e nos envolvemos em todo tipo de atividade frenética para não nos lembrar que ele continua lá, quieto, imenso... um buraco enorme na nossa autoestima.

Fazemos tudo isso para evitar o vazio... mas sabe o que é pior?... nada disso funciona!

Agora ouça, é sério:

- Não há nada de errado em você sentir esse vazio aí dentro... não há nada de errado ao sentir-se incompleto, com essa sensação de que “falta algo”.
- É claro que falta algo!
- Sempre irá faltar!

Existe algo maior, mais belo, que cada um de nós veio aqui para realizar. Entenda... por maior, não quero dizer aquele tipo de grandeza que é acessivel apenas a alguns. Falo de algo a que todos nós temos acesso, falo daquela grandeza de alma que nos torna verdadeiramente humanos, capazes de criar, capazes de amar... Pois eu acredito que o vazio exista para nos lembrar exatamente disso!
E se eu lhe disser que devemos tudo o que existe de belo no mundo à existência desse vazio?
E se fosse mais ou menos assim...

Um dia um Monet acorda e sente um buraco bem no meio da sua barriga, ou talvez no meio do peito (o vazio às vezes gosta de mudar de lugar dentro de nós)... sente-se mal com o tal buraco... pega seus pincéis e, no branco vazio de uma tela, pinta os mais belos jardins.

Outro dia um Villa Lobos acorda incomodado, sente algo estranho, como se fosse uma fome por dentro, uma coisa que aperta seu peito, esmaga seu coração solitário... e, no vazio do silêncio, compõe a mais bela bachiana... (ah, você já ouviu a Bachiana no 5 do Villa Lobos?)

Um dia um cientista é acordado por um buraco bem no meio da sua cabeça... tantas coisas sem explicação no mundo o angustiam e tiram seu sono... e no silencioso vazio de respostas brota, quase miraculosamente em sua mente, uma solução para uma doença que aflige toda a humanidade.
Assim, acreditem, não há como nos livrarmos desse tal vazio (ainda bem), mas podemos “escolher” o que fazer com ele.

Podemos transformá-lo em um mar de lamentações, e navegar por ele por toda uma vida, como se fôssemos um navio fantasma rangendo nossas ferragens por aí.
Mas podemos também...
...criar!

Essa é a palavra-chave para transformar o vazio que existe dentro de nós no espaço mais sagrado que um dia seremos capazes de adentrar.

Abre-se portas e janelas nas paredes de uma casa, mas é seu vazio que a torna habitável.”

 Assim... não tema o vazio, talvez ele seja o maior presente que recebemos. A verdade é que sem o vazio seríamos tristes caricaturas de quem de verdade podemos ser. Seja corajoso. Aceite-o e permita que ele lhe inspire a tornar-se quem você de verdade é.

O que seria de uma vida sem o mistério... sem a noite... sem as estrelas?
É no vazio que mora a nossa musa,
e as mais belas ideias,
e os sonhos,
e a poesia...
Aceite o vazio e... se puder... ame-o.
O que vai acontecer então?...
Não vou lhe dizer!
Descubra por si mesmo...


Nenhum comentário:

Postar um comentário